HT realiza fórum sobre segurança do paciente 28/06/2016 - 17:30
Aplicado em aperfeiçoar a cultura de segurança dos pacientes na instituição, o Hospital do Trabalhador realizou um encontro para a discussão do tema na última quarta e quinta-feira (22 e 23) em seu auditório, com a participação de colaboradores, estudantes e profissionais de outros hospitais.
O fórum foi organizado pelo Núcleo de Segurança do Paciente do HT (NSP) e expôs o contexto da segurança do paciente e seu surgimento, os dados referentes às notificações de eventos adversos em suas dependências e as análises de setores e equipes quanto a aplicação de atitudes voltadas a questão. Uma peça teatral de conscientização e muito humor foi preparada e apresentada pelos colaboradores do NECIH e Centro de Estudos do hospital. Profissionais dos hospitais Pequeno Príncipe e Cajuru também participaram do evento dividindo suas experiências.
Objetivo do fórum
“Apresentar um balanço geral da cultura de segurança no HT para estimular os colaboradores a reforçarem suas ações com foco nos processos. A ideia é tentar fazer algo multidisciplinar, quebrar a hierarquia e demonstrar que todos temos o mesmo objetivo, a atenção ao paciente”, explicou Heloísa Giamberardino, médica coordenadora do Núcleo de Controle de Infecção Hospitalar e do Núcleo de Segurança do Paciente do Hospital do Trabalhador.
A segurança do paciente no Hospital do Trabalhador
Formado por uma equipe multidisciplinar, o Núcleo De Segurança do Paciente do HT iniciou suas atividades em 2013 seguindo a regulamentação do Ministério da Saúde, embora a instituição já trabalhe há anos com o conceito da segurança, qualidade e acreditação.
Atualmente, o levantamento e gerenciamento de dados passou a ser efetivo, fato que facilita a tomada de medidas corretivas. Os postos de atendimento notificam os eventos adversos e o núcleo administra estes dados, com retorno aos setores e aplicação de estratégias para minimizar os riscos apontados.
“A notificação é uma intenção positiva e madura da equipe, não tendo o caráter punitivo. Com os dados conhecemos as fragilidades do hospital e podemos avaliar como melhorar o processo de trabalho”, afirmou Riciana Calixto Truppel, enfermeira e integrante do NSP-HT.
Eventos adversos
Evento adverso é todo acontecimento ou fator que pode gerar complicação ao paciente não decorrente da sua enfermidade, mas causado por alguma falha de processo.
A complexidade dos trabalhos realizados no ambiente hospitalar, a alta demanda, processos repetitivos ou mecanizados, problemas de estrutura física, a autoconfiança, a pressa, o cansaço, falhas de comunicação são alguns dos fatores que contribuem para o acontecimento de eventos adversos durante a rotina hospitalar e estadia de pacientes.
Segundo Ana Paula de Oliveira Pacheco, enfermeira do Hospital Pequeno Príncipe de Curitiba e palestrante convidada do evento, o problema dos danos causados por eventos adversos é grave e todos que trabalham estão sujeitos a errar. “O principal problema está em um sistema falho e não em pessoas. Os erros não são intencionais, as pessoas não erram porque querem, ninguém quer errar”. Ana Paula ainda reforçou que o essencial é revisar os processos para minimizar o risco de que uma situação ocorra novamente.
Cultura de Segurança
A cultura de segurança em uma unidade de saúde é baseada no comprometimento da gestão e de todas as suas equipes, com relação as ações de prevenção correção e redução dos eventos adversos.
Em sua apresentação no fórum, Hugo Moralez, médico infectologista do Hospital Universitário Cajuru explicou que a cultura de segurança deve ser avaliada dentro das instituições e difundida pelos líderes. “A liderança tem que estar na ponta e comprometida para mudanças de comportamento. É querer fazer melhor ao próximo e querer fazer melhor sempre. O profissional deve ter amor pelo que faz, é este profissional quem pode mudar uma realidade. Não adianta ficar apenas atrelado aos protocolos de segurança já existentes, deve-se olhar o paciente e avaliar as condições”, frisou o médico.
Protocolos de segurança do paciente
- Higienização
Adote a higienização correta e constante das mãos para prevenir infecções.
Higienize as mãos antes de tocar os pacientes, antes de realizar procedimentos, após o risco de exposição a fluídos corporais, e após tocar o paciente e superfícies próximas a este, como mesas ou bordas de leito.
Utilize sempre os equipamentos de proteção individual, em procedimentos específicos, quando preconizados em protocolo.
- Comunicação
Registre no prontuário todas as informações referentes ao cuidado, aos procedimentos e as condutas realizadas com o paciente.
Fale e escreva com clareza. Ouça e leia com atenção.
Ao receber ou transmitir informações sobre o paciente principalmente em momentos críticos, como trocas de plantão ou transferência de unidades. Sempre repita as informações e certifique-se que houve compreensão da mensagem.
Sempre que possível comunique-se com o paciente sobre os procedimentos e condutas adotadas.
- Identificação
Confirme a identificação do paciente antes de realizar exames ou procedimentos. Utilize e confira a pulseira de identificação e a identificação do leito. Observe sempre dois ou mais dados do paciente como nome completo e a data de nascimento.
- Medicação
Antes de administrar qualquer medicamento, verifique, paciente e medicação certa, hora, via, dose e anotações corretas. Nos medicamentos potencialmente perigosos e de alta vigilância faça dupla checagem na dispensação, no preparo e na administração. Utilize etiquetas auxiliares como cores e sinais de alerta diferenciados.
- Cirurgia segura
Antes de qualquer cirurgia verifique o local, o funcionamento dos equipamentos os procedimentos necessários e a marcação do local cirúrgico com caneta dermográfica. Nunca se esqueça de fazer o check-list cirúrgico, e de documentar no prontuário a avalição pré-anestésica, anamnese, exame físico, consentimento informado e identificação precisa do paciente. Quando possível envolva o paciente no processo.
- Queda e úlcera
Avalie o ambiente, as condições de acessibilidade e locomoção de pacientes. Paciente sob efeito de medicamentos precisam de atenção redobrada.
Evite a ulcera por pressão, realize a mudança de decúbito e avalie diariamente se há desenvolvimento de lesões.
Avalie os paciente em relação ao risco de queda bem como instalações físicas e assistência prestada.
Peça Teatral - A Contra Cultura
A peça Contra Cultura, produzida pelos próprios colaboradores do HT e apresentada durante o fórum, teve o objetivo de conscientizar os participantes sobre as ações e protocolos relacionados à segurança do paciente, com uma boa dose de humor.
Com um misto de apresentação presencial dos atores e flashes de vídeos projetados no telão, a história se passa em um hospital no qual o descaso dos enfermeiros, em atitudes incorretas, são abordados por representantes do bem e do mal que influenciam nas ações dos "profissionais".
Elenco: Diego Felipe Dias, Evelin Salomão, Daniel de Macena, Patricia Dal Bem Bernardini, Riciane Calixto, Silvana Schafhaüser, Kessler Koetzler
Som e Vídeo: Adriano Castilho Haesbaert
Direção e Produção áudio visual - Evelin Salomão