Enfermeira expõe situação de violência em campanha do Hospital do Trabalhador 17/11/2015 - 16:10

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Como objetivo de incentivar a denúncia de casos de violência contra a mulher, o Hospital do Trabalhador (HT) lançou nesta terça-feira (17) a campanha ‘Não Devemos Maquiar a Realidade’. O projeto foi idealizado por uma enfermeira do hospital que passou por uma situação de agressão e decidiu expor o assunto.

“Trabalho com isso, já acompanhei diversas situações de violência, mas nunca achei que pudesse acontecer comigo. Passar por isso mudou tudo. Minha ideia agora é incentivar essas mulheres a denunciar e reverter esse silêncio, pois a vítima só pode receber ajuda se contar sobre a situação”, conta a enfermeira e personagem real da campanha, Thais Antunes Betin.
   
Thais

A ideia de fazer um vídeo e expor sua situação sensibilizou o diretor do HT, Geci Labres de Souza Junior, que incentivou a realização da campanha. “Atendemos vítimas de todos os tipos de violência no hospital. Mas quando vi que essa violência também acontece aqui dentro, percebi que precisava tratar desse assunto”, diz.

De acordo com o diretor, a denúncia deve ser incentivada, pois implica na inibição do aumento da gravidade da violência. “Quando essas agressões não são impedidas, elas tendem a progredir. Temos casos de violência que começaram leves, com arranhões ou empurrões, e terminaram em mortes”, enfatiza.

PALESTRA – Após a apresentação do vídeo, colaboradores do HT e profissionais de outros hospitais e Unidades de Saúde, puderam esclarecer dúvidas sobre a violência contra a mulher em uma palestra. A advogada do Centro de Referência às Mulheres em Situação de Violência, Karla Regina Quintiliano Santos Ribeiro, contou situações e falou sobre a importância da denúncia.

“Hoje temos leis que estimulam não é só a mulher a denunciar. Toda a sociedade e órgãos estatais têm responsabilidade civil e criminal de se envolver para inibir esse tipo de comportamento e dizer chega à violência”, afirma Karla.

Tereza Ferreira trabalha no Hospital do Trabalhador e participou do evento. “Por nove anos também sofri agressões do meu parceiro e falar sobre isso hoje mexeu comigo. Eu nunca denunciei por medo e me arrependo. Mas agora sou livre e incentivo a denúncia. Precisamos parar de tentar cobrir isso com maquiagem”, fala.

PARCEIRO – Segundo a advogada, os atos de violência exercidos pelo parceiro são os que mais costumam ser reprimidos. “Socialmente ainda temos uma família patriarcal. Temos muitos resquícios enraizados à ideia de que a mulher tem que aceitar tudo que o homem fala e, de preferência, calada. Mas é preciso lembrar que as coisas não funcionam mais dessa maneira”, explica.

Para Geci, se a agressão vem de alguém que a pessoa ama, isso cria uma dificuldade de enxergar aquilo como violência. E a personagem concorda: “O amor faz com que você tente encobrir aquela situação, mas eu não fiz isso. Tirei proveito de uma situação ruim para ajudar outras pessoas. Poder compartilhar isso agora me traz um sentimento de felicidade”, comenta Thaís.

“Foi preciso muita coragem da Thaís para se expor dessa maneira. Apoiamos, pois acho mais fácil as pessoas se identificarem com uma vítima real do que com uma atriz. Se conseguirmos salvar uma mulher vítima de violência, nossa campanha já terá valido a pena”, finaliza o diretor.

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Fonte: SESA
http://www.saude.pr.gov.br/modules/noticias/article.php?storyid=4478&tit=Enfermeira-expoe-situacao-de-violencia-em-campanha-do-Hospital-do-Trabalhador

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