Ambulatório de Próteses Faciais Reconstrutivas inicia atendimentos pelo Sus 18/02/2020 - 16:00
O Hospital de Reabilitação, unidade que integra o Completo Hospitalar do Trabalhador (CHT), em Curitiba, iniciou o serviço de diagnóstico, produção e manutenção de próteses faciais em janeiro de 2020. O novo serviço oferece atendimento para pacientes que possuem algum tipo de tipo de anomalia craniofacial ou mutilações que necessitam de próteses de face. É o primeiro serviço qualificado no país que oferta via Sus as peças para a população.
O secretário de Estado da Saúde, Beto Preto, explica como o serviço foi pensado. “Um hospital de reabilitação tem a missão clara de resgatar pessoas para a sociedade. E a nossa visão é que a reabilitação não se restringe a sequelas de amputações. Há uma parcela pequena da população que sofre a perda de uma região da face, ou teve que retirar para tratar um câncer, um cisto, existem lesões graves de tantas partes do corpo, sequelados de tantas doenças e patologias e o fato de nós minimizarmos a sequela é sim reabilitação, não importa qual é a patologia”.
De acordo com o diretor-superintendente do CHT, Geci Labres de Souza Júnior, com o Ambulatório de Próteses Faciais Reconstrutivas pretende-se reabilitar a última etapa do tratamento dos pacientes com lesões na face.
“Fazemos cirurgias de prótese de joelho, de quadril, por exemplo, para que a pessoa que não está andando por dor, volte a andar. É a reabilitação. Quando alguém que teve uma neoplasia de face ou nasceu com malformação ou ainda teve alguma parte do rosto ou crânio extraído é protetizado, ele é também Reabilitação, porque com a prótese, ele poderá sair de casa e seguir a vida”, completou.
NOVO SERVIÇO – O Ambulatório conta inicialmente com duas cirurgiãs-dentistas, Roberta Targa Stramandinoli Zanicotti e Paola Corso. As profissionais trabalham em parceria para criar a melhor solução aos pacientes.
“Cada paciente mutilado precisa reabilitar uma estrutura anatômica específica. Então, de forma individualizada, nós avaliamos, estudamos o caso, planejamento uma solução, moldamos o paciente e confeccionamos as próteses de forma personalizada. Fazemos a escultura em cera, provamos no paciente e depois transformamos está escultura em uma prótese de silicone, caracterizado conforme as características e cor da pele de cada paciente, de maneira bem artística. Com a facilidade de acesso à tecnologia, às fotografias digitais e tomografias, nós também iremos tornar os resultados ainda mais previsíveis. A ideia é utilizar também as técnicas de impressão 3D, fazendo o modelo virtual e imprimindo as peças em resina, para facilitar a etapa de escultura e adaptação, comenta Roberta.
As próteses bucomaxilofaciais são utilizadas para reabilitar a estética e a funcionalidade dos órgãos faciais acometidos, para proteção dos tecidos e auxiliam na reintegração social e familiar dos pacientes.
Paola explica que o trabalho do ambulatório é personalizado e as peças são planejadas de acordo com o que for mais eficiente para o paciente. "Os pacientes receberão o tipo adequado de suporte para sustentação da peça. Quando viável, as próteses serão do tipo adesivas, coladas por cola, e se as condições do paciente permitirem e o estudo apontar como melhor solução, faremos a prótese com implantes osseointegrados, que são as implantossuportadas."
ACESSO – O acesso dos pacientes ao Ambulatório de Próteses Faciais Reconstrutivas é realizado a partir do encaminhamento via unidade básica de saúde, unidades de pronto atendimento e serviços dos Sus. Caso o profissional tenha dúvidas sobre o encaminhamento, pode entrar em contato com o Hospital de Reabilitação pelo telefone: (41) 3281-2600 e solicitar instruções com a Ouvidoria ou o Ambulatório.“Sabemos que muitos dos pacientes estão escondidos dentro de casa porque a fisionomia não é dentro dos padrões. Por isso, queremos divulgar amplamente este novo serviço de reabilitação para que possamos auxiliar mais pessoas a terem uma vida mais tranquila, com dignidade e autoestima”, acrescenta o diretor-superintendente do Complexo do Trabalhador.
"É preciso lembrar ainda que este é o primeiro serviço oferecido todo via Sus, ou seja, de forma gratuita para a comunidade", completa o diretor.
PRÓTESES – Josias Godoi, 36, é um dos primeiros pacientes atendidos no Ambulatório. O professor de artes tem microtia, malformação congênita que pode comprometer a audição e deformar a orelha. “Ainda quando adolescente, resolvi fazer a extração do tecido que tinha na minha orelha para usar prótese. Por isso foi colocado um implante e uma haste para fixar a peça no local”, explicou Josias.
Embora utilize a prótese há oito anos, o professor não estava satisfeito com a estética da peça. “A cor está desbotada e eu mesmo acabo maquiando a peça. Mas além disso, o material também é bastante duro e muito diferente da textura da pele”, comenta.
No HR Godoi está na etapa final para receber as próteses. "Estou muito feliz já neste momento de prova pois além da prova da cera esculpida ainda estou provando uma peça impressa em resina. Vi que as duas peças estão bastante equilibradas, tamanho e formato em relação ao meu rosto”.
Pacientes assim como o Josias, que tem microtia, podem ser atendidos no Ambulatório, assim como pessoas que perderam parte do rosto seja por acidentes, queimaduras, ou doenças, como câncer de pele.
As próteses são divididas em dois grupos: intra e extraorais (faciais). As intraorais são para pacientes que tiveram mutilações nos ossos maxilares por tratamentos oncológicos e serão reabilitados com próteses obturadoras de palato. As próteses faciais podem ser nasal (de nariz), ocular, óculo-palpebral, auricular e para grandes perdas faciais ou no pescoço.
Além da estética, as próteses devolvem ou proporcionam ao paciente a funcionalidade da mastigação, fonação e muitas vezes a respiração. “O fechamento da comunicação bucosinusal em pacientes maxilectomizados evita o refluxo nasal de líquidos e sólidos, permitindo que o paciente volte a se alimentar pela boca, além de melhorar a fonação, fazendo com que a pessoa fale normalmente. Com a instalação da prótese, o indivíduo resgata a sua identidade, autoestima e confiança, melhorando assim a qualidade de vida”, afirma Roberta Zanicotti.
TREINAMENTO – Além do novo serviço ambulatorial, a equipe vai atuar também com treinados para novos profissionais por meio de estágios, cursos e acompanhamento. “Como temos o caráter acadêmico, aproximamos pessoas que atuam na academia para trocar conhecimentos, treinar e levar mais profissionais para áreas especializadas e que têm a real necessidade de profissionais qualificados”, comenta Geci.
HISTÓRICO DO HR – O Hospital atende pacientes com doenças neuromusculares, lesões encefálicas adquiridas, lesões medulares, mal formações congênitas, mielomeningocele, sequelas físicas causadas pela hanseníase, paralisia cerebral, amputações de membros, Síndrome Pós-Poliomielite, Parkinson e também pacientes com sequelas para reabilitação com próteses na face e pescoço.
O Hospital de Reabilitação iniciou as atividades em março de 2008, com 70 leitos de internação e 10 leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Porém os leitos de UTI permaneceram fechados e sem equipamentos até outubro de 2019, quando o governo estadual investiu R$ 1,5 milhão para colocar o espaço em funcionamento. Os leitos foram abertos para ampliar a retaguarda das cirurgias neurológicas e ortopédicas, voltadas à reabilitação dos pacientes que aguardam em filas de espera.
Nesta unidade hospitalar do Estado são atendidas as especialidades: neurologia (adulto e infantil), ortopedia (adulto e infantil), urologia, clínica médica, fisiatria, pediatria, gastroenterologia, otorrinolaringologia, cardiologia e cirurgia vascular. E no serviço de reabilitação o HR oferece fisioterapia, fisioterapia aquática, terapia ocupacional, fonoaudiologia, musicoterapia, psicologia, serviço social, enfermagem e nutrição.
CHT – O Complexo Hospitalar do Trabalhador incorporou o Centro Hospitalar de Reabilitação, o Centro de Atendimento Integral ao Fissurado Labiopalatal (CAIF) e, nos próximos meses, o Centro de Referência Kennedy. Com as unidades em funcionamento, a proposta é que seja referência de atendimento no Brasil, ampliando assim a sua capacidade de oferta da alta complexidade para todos os paranaenses.
Fonte: Sesa
O secretário de Estado da Saúde, Beto Preto, explica como o serviço foi pensado. “Um hospital de reabilitação tem a missão clara de resgatar pessoas para a sociedade. E a nossa visão é que a reabilitação não se restringe a sequelas de amputações. Há uma parcela pequena da população que sofre a perda de uma região da face, ou teve que retirar para tratar um câncer, um cisto, existem lesões graves de tantas partes do corpo, sequelados de tantas doenças e patologias e o fato de nós minimizarmos a sequela é sim reabilitação, não importa qual é a patologia”.
De acordo com o diretor-superintendente do CHT, Geci Labres de Souza Júnior, com o Ambulatório de Próteses Faciais Reconstrutivas pretende-se reabilitar a última etapa do tratamento dos pacientes com lesões na face.
“Fazemos cirurgias de prótese de joelho, de quadril, por exemplo, para que a pessoa que não está andando por dor, volte a andar. É a reabilitação. Quando alguém que teve uma neoplasia de face ou nasceu com malformação ou ainda teve alguma parte do rosto ou crânio extraído é protetizado, ele é também Reabilitação, porque com a prótese, ele poderá sair de casa e seguir a vida”, completou.
NOVO SERVIÇO – O Ambulatório conta inicialmente com duas cirurgiãs-dentistas, Roberta Targa Stramandinoli Zanicotti e Paola Corso. As profissionais trabalham em parceria para criar a melhor solução aos pacientes.
“Cada paciente mutilado precisa reabilitar uma estrutura anatômica específica. Então, de forma individualizada, nós avaliamos, estudamos o caso, planejamento uma solução, moldamos o paciente e confeccionamos as próteses de forma personalizada. Fazemos a escultura em cera, provamos no paciente e depois transformamos está escultura em uma prótese de silicone, caracterizado conforme as características e cor da pele de cada paciente, de maneira bem artística. Com a facilidade de acesso à tecnologia, às fotografias digitais e tomografias, nós também iremos tornar os resultados ainda mais previsíveis. A ideia é utilizar também as técnicas de impressão 3D, fazendo o modelo virtual e imprimindo as peças em resina, para facilitar a etapa de escultura e adaptação, comenta Roberta.
As próteses bucomaxilofaciais são utilizadas para reabilitar a estética e a funcionalidade dos órgãos faciais acometidos, para proteção dos tecidos e auxiliam na reintegração social e familiar dos pacientes.
Paola explica que o trabalho do ambulatório é personalizado e as peças são planejadas de acordo com o que for mais eficiente para o paciente. "Os pacientes receberão o tipo adequado de suporte para sustentação da peça. Quando viável, as próteses serão do tipo adesivas, coladas por cola, e se as condições do paciente permitirem e o estudo apontar como melhor solução, faremos a prótese com implantes osseointegrados, que são as implantossuportadas."
ACESSO – O acesso dos pacientes ao Ambulatório de Próteses Faciais Reconstrutivas é realizado a partir do encaminhamento via unidade básica de saúde, unidades de pronto atendimento e serviços dos Sus. Caso o profissional tenha dúvidas sobre o encaminhamento, pode entrar em contato com o Hospital de Reabilitação pelo telefone: (41) 3281-2600 e solicitar instruções com a Ouvidoria ou o Ambulatório.“Sabemos que muitos dos pacientes estão escondidos dentro de casa porque a fisionomia não é dentro dos padrões. Por isso, queremos divulgar amplamente este novo serviço de reabilitação para que possamos auxiliar mais pessoas a terem uma vida mais tranquila, com dignidade e autoestima”, acrescenta o diretor-superintendente do Complexo do Trabalhador.
"É preciso lembrar ainda que este é o primeiro serviço oferecido todo via Sus, ou seja, de forma gratuita para a comunidade", completa o diretor.
PRÓTESES – Josias Godoi, 36, é um dos primeiros pacientes atendidos no Ambulatório. O professor de artes tem microtia, malformação congênita que pode comprometer a audição e deformar a orelha. “Ainda quando adolescente, resolvi fazer a extração do tecido que tinha na minha orelha para usar prótese. Por isso foi colocado um implante e uma haste para fixar a peça no local”, explicou Josias.
Embora utilize a prótese há oito anos, o professor não estava satisfeito com a estética da peça. “A cor está desbotada e eu mesmo acabo maquiando a peça. Mas além disso, o material também é bastante duro e muito diferente da textura da pele”, comenta.
No HR Godoi está na etapa final para receber as próteses. "Estou muito feliz já neste momento de prova pois além da prova da cera esculpida ainda estou provando uma peça impressa em resina. Vi que as duas peças estão bastante equilibradas, tamanho e formato em relação ao meu rosto”.
Pacientes assim como o Josias, que tem microtia, podem ser atendidos no Ambulatório, assim como pessoas que perderam parte do rosto seja por acidentes, queimaduras, ou doenças, como câncer de pele.
As próteses são divididas em dois grupos: intra e extraorais (faciais). As intraorais são para pacientes que tiveram mutilações nos ossos maxilares por tratamentos oncológicos e serão reabilitados com próteses obturadoras de palato. As próteses faciais podem ser nasal (de nariz), ocular, óculo-palpebral, auricular e para grandes perdas faciais ou no pescoço.
Além da estética, as próteses devolvem ou proporcionam ao paciente a funcionalidade da mastigação, fonação e muitas vezes a respiração. “O fechamento da comunicação bucosinusal em pacientes maxilectomizados evita o refluxo nasal de líquidos e sólidos, permitindo que o paciente volte a se alimentar pela boca, além de melhorar a fonação, fazendo com que a pessoa fale normalmente. Com a instalação da prótese, o indivíduo resgata a sua identidade, autoestima e confiança, melhorando assim a qualidade de vida”, afirma Roberta Zanicotti.
TREINAMENTO – Além do novo serviço ambulatorial, a equipe vai atuar também com treinados para novos profissionais por meio de estágios, cursos e acompanhamento. “Como temos o caráter acadêmico, aproximamos pessoas que atuam na academia para trocar conhecimentos, treinar e levar mais profissionais para áreas especializadas e que têm a real necessidade de profissionais qualificados”, comenta Geci.
HISTÓRICO DO HR – O Hospital atende pacientes com doenças neuromusculares, lesões encefálicas adquiridas, lesões medulares, mal formações congênitas, mielomeningocele, sequelas físicas causadas pela hanseníase, paralisia cerebral, amputações de membros, Síndrome Pós-Poliomielite, Parkinson e também pacientes com sequelas para reabilitação com próteses na face e pescoço.
O Hospital de Reabilitação iniciou as atividades em março de 2008, com 70 leitos de internação e 10 leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Porém os leitos de UTI permaneceram fechados e sem equipamentos até outubro de 2019, quando o governo estadual investiu R$ 1,5 milhão para colocar o espaço em funcionamento. Os leitos foram abertos para ampliar a retaguarda das cirurgias neurológicas e ortopédicas, voltadas à reabilitação dos pacientes que aguardam em filas de espera.
Nesta unidade hospitalar do Estado são atendidas as especialidades: neurologia (adulto e infantil), ortopedia (adulto e infantil), urologia, clínica médica, fisiatria, pediatria, gastroenterologia, otorrinolaringologia, cardiologia e cirurgia vascular. E no serviço de reabilitação o HR oferece fisioterapia, fisioterapia aquática, terapia ocupacional, fonoaudiologia, musicoterapia, psicologia, serviço social, enfermagem e nutrição.
CHT – O Complexo Hospitalar do Trabalhador incorporou o Centro Hospitalar de Reabilitação, o Centro de Atendimento Integral ao Fissurado Labiopalatal (CAIF) e, nos próximos meses, o Centro de Referência Kennedy. Com as unidades em funcionamento, a proposta é que seja referência de atendimento no Brasil, ampliando assim a sua capacidade de oferta da alta complexidade para todos os paranaenses.
Fonte: Sesa