Histórico

Referência histórica no tratamento
das doenças transmissíveis no Paraná

 

O Hospital de Isolamento e Desinfectório Central iniciou suas atividades em 1928, de forma emergencial, após Curitiba sofrer com as epidemias de tifo e gripe espanhola, iniciadas em 1917 e 1918.

Um ano após a inauguração, passou a se chamar Hospital Oswaldo Cruz (HOC). A alternativa homenageia o sanitarista brasileiro pioneiro no estudo das moléstias tropicais e da medicina experimental no Brasil, e afasta a má impressão e sentimento que a palavra "isolamento" causava.


Por muitos anos, o hospital foi a principal instituição para o tratamento dos surtos de tuberculose, sarampo, poliomielite, hepatite, rubéola, meningite e varicela no Paraná. Em 1984, foi a vez de uma doença que já fez vítimas em quase todo o mundo, a Aids. E o melhor lugar para suas vítimas, assim como em 1928, era em meio ao silêncio do centro de saúde do Alto da XV.

Neste período, os funcionários do HOC começaram a escrever juntos uma boa parte da história do combate à Aids no Estado, formando uma comunidade de profissionais devotados que circulam por seus corredores até os dias de hoje. 

Marca do Hospital Oswaldo Cruz

 

 

INAUGURAÇÃO - 28 de janeiro de 1928

Oficialmente inaugurado o Hospital de Isolamento e Desinfectório Central de Curitiba.

Na inauguração, o hospital contava com 52 leitos destinados ao tratamento das doenças transmissíveis agudas sem condições de serem tratadas domiciliarmente, distribuídos em um pavilhão central e cinco complementares.

Àquela época, a região do bairro Alto da XV era afastada da cidade, porém de fácil acesso até mesmo em dias chuvosos. E não se previa a construção de novas moradias, pois supunha-se o crescimento de Curitiba em outras direções, o que acabou por não ocorrer.

 

MUDANÇA DE NOME - julho de 1929

O Hospital de Isolamento Desinfectório Central de Curitiba passa a se chamar Hospital Oswaldo Cruz (HOC).

O termo "isolamento", em si, criava para o local e seus internos uma sobrecarga estigmatizante.

O nome Oswaldo Cruz foi escolhido em homenagem ao médico sanitarista que já era considerado o referencial maior da higiene brasileira

 

PRIMEIRAS CONQUISTAS - 1930

O Hospital Oswaldo Cruz destaca-se como ponto central de atenção às doenças transmissíveis no Paraná.

No início da década 30, o HOC prestou serviços de alta relevância, sendo eficaz para a rápida extinção de novos surtos de febre tifoide e de meningite cérebro-espinhal.

 

HUMANIZAÇÃO DOS SERVIÇOS HOSPITALARES - 1937

O Hospital Oswaldo Cruz foi um dos primeiros estabelecimentos de saúde a mudar forma de tratar os pacientes.

Dr. Pretextato Taborda de Athayde destacou-se como segundo diretor do HOC ao assumir sozinho toda atividade terapêutica administrativa do local. Sua gestão foi marcada pelos esforços em romper com o estigma do isolamento ao integrar as famílias dos pacientes no tratamento.

 

INÍCIO DA CIRURGIA TORÁCICA NO PARANÁ - 1940

A tuberculose pulmonar fazia-se mais grave em solo paranaense.

Para combater a doença, o dr. João Luiz Bettega passou a realizar as famosas cirurgias de Jacobeus. Os indivíduos submetidos a pneumotorax clínicos eram operados sob o farol de um carro, em uma pequena sala improvisada no HOC.

 

AVANÇO NO TRATAMENTO DA FEBRE TIFOIDE - 1943

Um tal Coronel Ernesto e seu soldado

O Dr. Pretextato Taborda de Athayde recebeu a visita do Cel. Ernesto. Este, diante do agravamento contínuo do quadro tifoidico de um dos seus soldados, aconselhou administrar o neo-arsenobensol, droga utilizada naqueles tempos para o tratamento da sífilis, na terapêutica da febre tifoide. O soldado, que chegou em estado terminal, recebeu alta após um mês do novo tratamento.

 

ANTIBIÓTICOS E QUIMIOTERÁPICOS - 1950

Revolução na terapêutica das doenças transmissíveis no Paraná

A aquisição regular de antibióticos e quimioterápicos tornou-se cotidiano do HOC, rompendo uma espera de décadas: a da descoberta de tratamentos eficazes contra doenças contagiosas. A febre tifoide, ainda com taxas altíssimas, teve no cloranfenicol sua cura definitiva em termos individuais.

 

POLIOMIELITE - 1950

A década de 50 também foi marcada pelo surto de poliomielite no Estado. "A doença que o médico não curava" atingiu mais de 70 crianças no município de Arapongas. O Hospital Oswaldo Cruz, àquela época já equipado com enfermarias especiais para o tratamento de mais esta doença, dotadas inclusive, dos históricos "pulmões de aço", era o principal local para o tratamento dos pacientes paranaenses.

 

SAÚDE PÚBLICA - 1960

O simples, nas Unidades Sanitárias. O complexo, no Oswaldo Cruz

Devido ao grande crescimento demográfico das duas últimas décadas e a precariedade no saneamento básico, diversas doenças antes desconhecidas no território paranaense começaram a surgir.

Neste período, o Hospital Oswaldo Cruz continuou se destacando como principal instituição das antigas e novas questões epidemiológicas. A frase de ordem era: o simples, nas Unidades Sanitárias. O complexo, no Oswaldo Cruz. Por isso, o HOC continuava a receber inúmeros pacientes da capital e dos demais municípios.

 

SISTEMATIZAÇÃO DAS ATIVIDADES - 1970

Profissionais do HOC continuavam sendo exemplo

Para dar fim à cruel realidade das doenças transmissíveis, iniciou-se um amplo processo de transformação das atividades na Saúde Pública Estadual. Contratações, reciclagem e treinamentos foram realizados com o objetivo de alcançar o material fundamental de trabalho: o técnico capaz. A equipe do HOC mais uma vez se destacou devido ao pioneirismo e manutenção da excelência na qualidade do atendimento aos pacientes

 

A CHEGADA DA AIDS - 1980

Surge o primeiro Centro de Referência e Treinamento de Aids do Paraná

No Centro de Referência e Treinamento de Aids do Hospital Oswaldo Cruz foram instalados serviços com diferentes níveis de complexidade, desde a própria equipe central do Programa da Aids, passando pelas práticas previstas para o Centro, propriamente dito: educativas, epidemiológicas, ambulatoriais e hospitalares (hospital-dia e hospital integral). Todas funcionando simultaneamente como local de capacitação de profissionais que, em seus círculos de atuação, desencadeariam as ações destinadas ao controle da doença no Estado.

 

TRATAMENTO E PREVENÇÃO - 1990 - 2018

O trabalho continua

Na década de 90, o Hospital Oswaldo Cruz consolidou-se como uma das principais instituições da Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) tanto no tratamento quanto na prevenção das Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs).

As ações de promoção à saúde visam esclarecer a população sobre métodos preventivos para que cada vez mais pessoas tenham informações acerca dessas infecções, para que assim possam evitá-las.

Alguma das ISTs ainda não têm cura, como a Aids, por exemplo. E, como no passado, os profissionais do HOC continuam sendo reconhecidos pela extrema dedicação aos seus pacientes frente a esta realidade.

 

INCORPORAÇÃO AO COMPLEXO HOSPITALAR DO TRABALHADOR - 2019

Hospital de Infectologia e Retaguarda Clínica - Oswaldo Cruz (Hirc)

Com o objetivo de ampliar a abrangência e dar suporte estratégico ao Sistema Único de Saúde de Curitiba, Região Metropolitana e todo Estado do Paraná, o Hospital Oswaldo Cruz é a quinta unidade hospitalar da Secretaria de Estado da Saúde do Paraná incorporada ao Complexo Hospitalar do Trabalhador, tornando-se o Hospital de Infectologia e Retaguarda Clínica (Hirc), qualificando, aprimorando e expandindo a assistência em saúde.  Resolução nº 776/2019 - Sesa

 

2020 - HIRC

Atualmente, é referência ambulatorial na assistência aos casos de Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs) no Estado, além de retaguarda clínica às unidades do Complexo Hospitalar do Trabalhador, como no atendimento aos casos da Covid-19, com equipes especializadas, áreas de isolamento respiratório e sistema drive-thru para coleta e testagem da presença do vírus em profissionais da saúde e da segurança pública.